Argentina diz que Hezbollah "lava dinheiro" na sua fronteira

por Lusa
O governo argentino acusa o Hezbollah de atos ilícitos Thaier al-Sudan - Reuters

A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, declarou no Chile que o movimento xiita libanês Hezbollah opera na tripla fronteira de Brasil, Paraguai e Argentina, território onde "está instalado e lava dinheiro".

"(Os membros do Hezbollah) usam o PCC do Brasil, Primeiro Comando Capital, usam organizações argentinas e paraguaias que fazem sequestros, roubos ou traficam droga. E eles compram e lavam dinheiro", sustentou Bullrich no Encontro Nacional da Empresa (ENADE) 2024, em Santiago do Chile.

Bullrich sustentou que "usam essas organizações como organizações de fachada, e apresentam-se como comerciantes ou empresários da região", embora não tenha insistido na presença do Hezbollah no Chile, como afirmou na semana passada.

"E é talvez por isso que nós, argentinos, temos uma sensibilidade especial, porque na semana passada o nosso mais alto tribunal criminal acabou de emitir uma decisão dizendo que o Irão atuou na Argentina como Estado terrorista. E que o seu instrumento foi o Hezbollah", comentou.

"Mas o mesmo pode estar a acontecer com outras organizações, que estão a aparecer com um nível de sofisticação e planeamento típico de antecedentes ligados às Forças Armadas", acrescentou.

Recorde-se que o Chile apresentou uma nota de protesto contra as declarações da ministro da Segurança argentina sobre a alegada presença do Hezbollah na cidade de Iquique, no norte do país.

Esta ação juntou-se à carta que o embaixador chileno nos Estados Unidos, Juan Gabriel Valdés, enviou ao Congresso norte-americano para expressar o seu incómodo com as declarações do senador Republicano Marco Rubio, que também sugeriu que existe no Chile uma presença do Hezbollah e ligações àquele movimento, um dos principais aliados do Irão.

 

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